O dinheiro era pouco, fizemos umas sandes e arranjamos
uma tenda pequena mas onde cabíamos os quatro. Éramos dois casais, eu levei a
minha namorada, a Vânia, e foi também um casal nosso amigo, o Zeca e a Simone.
Foi muito bom estar ali mesmo em frente às grandes
bandas internacionais do momento. Eram milhares de pessoas de todos os estilos,
mas tudo num convívio saudável e alegre. Na primeira noite, depois dos
concertos, ficamos na conversa madrugada dentro.
Estávamos a ficar exaustos e decidimos entrar na tenda
para dormir. O espaço era pouco, ficamos os quatro muito apertados. Fiquei
deitado no meio, entre as duas mulheres. A minha namorada, a Vânia, como
sempre, mal se deitou, adormeceu como uma pedra.
O Zeca ressonava, que era uma coisa que me incomodava
bastante. Eu quase não consegui mexer-me, e estava verdadeiramente arrependido
por não ter trazido outra tenda. A Simone estava de costas para mim, mas senti
que também estava acordada.
Coloquei o braço em cima do corpo dela. Ela virou-se
para mim, com os olhos muito abertos e com ar de indignação, e eu sem a deixar
respirar dei-lhe um demorado beijo na boca.
Não sei o que me deu, tinha a minha namorada a dormir
mesmo ao meu lado e nunca tinha olhado para a Simone com qualquer segunda
intenção, mas naquele momento tive aquele impulso masculino. Ela não me
rejeitou…
Ficamos olhos nos olhos, em silêncio total, numa
simples brincadeira de língua com língua. A indignação passou-lhe, até porque
percebi que ela estava a gostar da brincadeira. A minha mão foi atrevida e
desceu pelo seu corpo sem qualquer oposição. Tocou-lhe no peito, percorreu-lhe
o umbigo, acariciou a cintura…
Entrei dentro da cueca dela, passei por uma zona bem
preenchida de pêlos e descobri algo que estava já a fervilhar, mas não entrei.
Fiquei apenas a passear o dedo indicador, lenta e suavemente pela entrada, em
círculo. Os olhos dela brilhavam cada vez mais e a sua respiração acelerava.
Subitamente, o meu dedo entrou dentro dela e via-a a
morder fortemente o lábio debaixo. Todos os movimentos que o Zeca e a Vânia
faziam enquanto dormiam faziam-nos parar.
Eu entrava dentro dela de uma forma profunda mas bem
lenta, e sem reservas, decidi colocar mais um dedo, e assim passaram a ser
dois. A mão dela também entrou dentro dos meus calções e agarrou-me. Tudo
discreta, calma e silenciosamente.
Fizemos aquele jogo de mãos prologar-se quase até
nascer o dia. Continuávamos em silêncio profundo, e o único barulho que se
ouvia, era o mexer dos meus dedos no seu corpo.
Estava óptimo e mesmo sem eu alterar aquele ritmo,
senti a sua mão apertar-me com mais força, senti o seu interior a tremer, a
vibrar, os seus olhos reviraram-se, pedindo para manter aquele ritmo, que ela
sentia ser perfeito.
Logo de seguida, ela pediu-me para tirar a mão, pois
estava verdadeiramente satisfeita. Ela agora queria realizar-me, e o clima
estava tão quente que não foi preciso ela esforçar-se muito para sentir
escorrer todo o meu prazer nos seus dedos. Foi um prazer incrivelmente
arriscado.
Depois daquela primeira noite, passamos os restantes
dias do festival em constantes provocações e insinuações. Aquela noite criou
entre os dois, uma terrível sensação de curiosidade e desejo… eu queria entrar
dentro dela, mas de outra maneira… e toda a descrição e o perigo que estava em
jogo, deixava tudo muito mais saboroso… o que mais iria acontecer???
Foto: Ant Strack (Corbis.com)
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