Orgulhoso com aquele exemplar, meti-me à aventura, e
de forma solitária, decidi ir pela primeira vez à concentração motard de Faro.
Parti três dias antes, e decidi percorrer as zonas mais ocultas e selvagens do
Baixo Alentejo, até chegar a Faro.
Estava a ser fantástico desfrutar daquelas paisagens,
com planícies repletas de Sobreiros e Oliveiras, debaixo de um calor que
praticamente atingia os 40 graus.
Naquela tarde, depois de ter comido uma deliciosa
Carne de Porco à Alentejana, em Mourão, continuei a viagem rumo a Sul, e numa
estrada secundária, e praticamente deserta, a minha mota parou.
A elevada temperatura, provavelmente provocou algum
sobre aquecimento na mota. E agora? Para piorar as coisas, naquele local, não
existia rede de telemóvel.
Fiquei sentado na berma da estrada, à espera que
alguém passasse por ali, mas o tempo passava e nada, até que ao final de vinte
minutos, vejo ao longe, a vir na minha direcção, um Fiat Uno branco
antigo.
Coloquei-me no meio da estrada, e o carro quando
chegou junto de mim parou, e eu pedi ajuda. Era conduzido por uma rapariga, que
me indicou que a aldeia mais próxima, onde existia um mecânico ou rede de
telemóvel, ficava a 10 km de distância, mas ela ofereceu-me boleia.
Era simpática, e apesar ter um ar citadino, e de se
ter licenciado em Lisboa, quis regressar para a sua terra de origem para ajudar
a trazer desenvolvimento e progresso para uma zona que estava cada vez mais
esquecida, além disso, ela confessou que detesta viver longe do cheiro natural
do Alentejo. A conversa estava interessante, mas aquele carro antigo também não
resistiu ao calor, acendeu uma luz vermelho no tablier e acabou por parar,
ficando a deitar muito fumo do motor… e agora?
A Adélia disse logo que o melhor era ir a pé até à
Aldeia, pois ninguém passava naquela estrada, e seria perder tempo ficarmos ali
parados. Lá fomos nós a conversar por aquele atalho, dentro de uma grande
quinta, passando no meio do gado e grandes plantações de Oliveiras.
A meio do caminho, encontramos dois lagos fantásticos,
desnivelado, um a uma cota mais alta do que o outro, existindo uma queda de
água entre os dois. Era água originária da Barragem do Alqueva, para rega das
plantações daquela propriedade.
Adélia não resistiu, e disse que iria se refrescar.
Mesmo vestida, mergulhou dentro daquela água cristalina, e gritou: “Adoro
sentir e usufruir o meu Alentejo… Vem, salta, vem senti-lo também”. Baixei
as calças, despi a t-shirt, e sem qualquer roupa, mergulhei… Sem dúvida, foi
uma sensação deliciosa, refrescar-me daquela maneira. Aquela mulher começou a
brincar, atirando água na minha direcção, e eu respondi do mesmo modo.
Acabamos por nadar os dois, até à queda de água, para
sentir a força da água, a bater nos nossos corpos. Ela começou-se a rir, pelo
facto de eu estar totalmente sem roupa, mas acima de tudo, pelos efeitos que a
água fria me tinha provocado. Eu fiquei corado, envergonhado, e sem saber o que
dizer…
Ela em tom de brincadeira disse: “Aqui no Alentejo
são todos muito maiores, mas eu tenho fama de feiticeira, e se lhe tocar ele
vai crescer e ficar enorme…”. No meio de uma gargalhada, ela
agarrou-me com força. O meu corpo reagiu de uma forma que a deixou de boca
aberta. A sua mão, surpreendida com a minha reacção, começou com um movimento
calmo e sereno, que me deixou descontrolado.
Beijei-a de forma intensa, e os nossos corpos
colaram-se. Com a água a cair nas nossas cabeças, o desejo que sentíamos um
pelo outro aumentava a cada minuto que passava. Sem lhe tirar a roupa, a minha
mão desviou a sua roupa interior, e o meu dedo entrou dentro do seu corpo. Ela
suspirou de forma intensa, com uma respiração descontrolada.
Dentro daquela água fria, entrei num quente e
delicioso paraíso. Ela, deliciada, impôs o ritmo, acabando de vez com a fama
dos alentejanos serem lentos. Foi a mulher mais forte e intensa que conhecia.
Foi fantástica a forma como aquela mulher me recebeu dentro de si, vibrando e
fazendo-me sentir todos os cantos e recantos do seu interior. Pela primeira vez
na minha vida, e de forma totalmente inesperada, senti o verdadeiro e saboroso
prazer, com sotaque alentejano.
Foto: Creasource (Corbis.com)
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