Curiosamente, aquela jovem morena parecia estar em
todos os locais por onde eu passava, no autocarro, no supermercado, no fast-food…
Eu confesso que já receava que ela pensasse estar a ser seguida por mim, face
tantos encontros…
Passou o inverno, passou a primavera e os encontros
sucediam-se… Ela andava sempre bem vestida, sempre com roupas jovens, sempre na
moda. Tantas vezes nos cruzávamos, que já trocávamos sorrisos.
No Verão, quando a cidade fica mais calma, o meu
grande amigo Tomás segue sempre em direcção ao Algarve para gerir os seus
negócios, deixando-me a chave do seu apartamento. Eu aproveitava sempre para
desfrutar da piscina no topo daquele edifício, em Lisboa, no Lumiar.
Aquela piscina estava quase em contacto com o céu, com
os aviões que passavam bem perto, na aproximação ao aeroporto da Portela. Era
uma piscina praticamente inutilizada pelos condomínios. Ali eu sentia-me livre,
e sempre que eu sabia que não estava ninguém por perto, eu adorava nadar nu
naquela água. Eu fechava os olhos e flutuava, numa indescritível sensação de
liberdade. Sentia-me livre e viajava na minha imaginação.
E num desses momentos de relax, quando abri os olhos,
fui surpreendido com uma imagem totalmente inesperada: sentada na borda daquela
piscina, estava aquela jovem, a olhar para mim. Quase me afoguei com aquela
surpresa, engoli água e fiquei engasgado. Ela saltou para dentro de água e
segurou-me.
Fiquei sem saber o que dizer, sai rapidamente da água,
tapei-me com a toalha e perguntei: “tu moras aqui?” Ela não morava ali, ela
apenas sabia tudo sobre a minha vida, controlava os meus movimentos. Os nossos
constantes encontros não eram coincidências. Ela chamava-se Olívia, e pela
primeira confessou-me a atracção que sentia por mim. Confesso que fiquei sem
palavras. Nunca imaginei que uma mulher me controlasse daquela maneira.
Os olhos dela brilhavam por estar à minha frente, a
conversar comigo. Espontaneamente roubou-me um beijo, e puxou-me para dentro da
piscina. Os dois corpos caíram dentro de água envolvendo-me no momento.
A toalha que me envolvia caiu, deixando-me novamente
nu. Ela decidiu acompanhar-me, mostrando-me o seu corpo dentro de água. Os meus
olhos fixaram-se no seu corpo, e o meu corpo reagiu, da forma que ela queria.
Abraçámos-mos. Tocamo-nos. Aquele abraço foi acompanhado com beijos e com umas
mãos atrevidas. A sua mão desceu as minhas costas, agarrou o meu rabo,
tocou-me, agarrou-me. A minha mão sentiu o seu pescoço, o seu peito e desceu
pela sua barriga. O meu dedo entrou dentro dela.
Depois daquele jogo dos corpos, ficamos sentados na
escada de acesso à piscina. Com os corpos semi-submersos, a Olívia usou a sua
língua, lentamente debaixo para cima, apertou-me com a sua mão direita, para de
seguida eu encaixar-me dentro da sua boca. Foi impossível resistir à forma como
ela me sugou. Não consegui controlar-me.
Eu quis recompensa-la, agarrei-a, e coloquei-a na
minha posição. Eu quis que ela também sentisse a minha língua. Comecei no seu
pé, calmamente subi a sua perna, pelo seu joelho, na sua coxa, terminando e
dedicando-me no ponto-chave do seu corpo. A minha língua foi suficientemente
atrevida, com o movimento certo.
Ela entregou-se ao momento, deliciando-se com aquele momento
de prazer. Um grito surgiu em direcção ao céu. Ficamos mais perto do céu.
Foto: Michael A. Keller (Corbis.com)