Eras
fã do meu Blog. Começamos a trocar impressões sobre os meus textos,
sobre as minhas histórias e rapidamente tornamo-nos amigos, mais do
que amigos, éramos confidentes.
Criamos
uma relação especial, e tornava-se inevitável o desejo de um
encontro, para nos conhecermos pessoalmente. Tu vivias longe, muito
longe de mim, mas surgiu uma oportunidade de me deslocar à tua região.
Era sem dúvida, a oportunidade ideal de conhecer uma admiradora dos
meus textos.
Tu
escolheste o sítio para o encontro, uma esplanada em frente ao mar,
onde gostavas de relaxar da tua agitada vida profissional, e onde
gostava de ler e por em ordem os teus pensamentos. Quando cheguei não
foi difícil descobrir-te, pois em cima da mesa estava “A Profecia Celestina”, o livro que tu já tinhas me confessado que andavas a ler.
Aproximei-me
e dei-me a conhecer. Estava nervoso e também senti a tua voz
trémula. Foi o nosso primeiro contacto visual, pois eu não te
conhecia, nem nunca tinha visto nenhuma imagem tua. Tu eras melhor do
que eu tinha imaginado, e o cheiro do teu perfume era arrebatador.
Ficamos
à conversa como se nos conhecêssemos há muito tempo, mas afinal
éramos apenas amigos virtuais, e apenas nos conhecíamos há poucos
meses. O tempo passou sem darmos conta, e começou a cair a noite.
Tu
sugeriste que fôssemos ver o pôr-do-sol, num sítio mais calmo, mais
isolado, que tu adoravas. Fomos no meu carro até ao alto de uma
falésia, e foi nessa viagem que efectivamente descobri que quase nada
sabia da tua vida. Tu és casada? Tens namorado? Filhos? Não obtive
qualquer resposta a este tipo de informações, mas naquele momento
isso também não era importante. Ficamos em silêncio a ver o sol a
despedir-se de mais um dia.
Tu
num acto impulsivo roubaste-me um beijar. Aquele momento era
inevitável desde que nos vimos pela primeira vez… o silêncio reinou…
Devido
ao adiantado da hora, convidei-te para jantar, e fomos para o hotel
onde eu estava hospedado. Acabamos por não jantar, preferindo
alimentarmos os nossos corpos na cama do meu quarto.
O
desejo e a atracção falaram mais alto, e usei o teu corpo para
obter prazer da forma mais animal que alguma vez tinha feito. Era
exactamente isso que tu também querias, ser devorada, de uma forma
intensa e voraz.
Toda
a química intelectual que eu tinha sentido por ti, transformou-se
em algo carnal. Estávamos a efectivar um desejo que tínhamos
construído um pelo outro virtualmente. A minha pele em contacto com a
tua, fez-me estremecer. Estávamos a viver uma história para o meu blog em directo.
Tu pediste-me ao ouvido de uma forma sôfrega: “Agora
que conheces o meu corpo, conheces o meu cheiro, que já sentiste o
meu sabor, quero que escrevas sobre mim. Quero saber como vais
descrever o prazer que eu consegui oferecer-te, Será que consegues?”.
Prometi-te
que ia descrever todos os pormenores do teu corpo, todos os
pormenores da tua boca, todo o brilho dos teus olhos e toda a
intensidade do teu prazer. Tu não estavas a desiludir-me, muito pelo
contrário, estavas a ser muito melhor do que eu alguma vez tinha
imaginado.
O
facto de não teres um corpo perfeito, não alterou minimamente o
desejo que eu senti ti, e a vontade de deixar escrita uma história de
prazer dentro do teu corpo.
Dei-te
tudo o que desejavas, com tudo o que tinhas direito. Tu
deliciavas-te com cada milímetro que entrava dentro do teu corpo, e
pediste-me para deixar a minha marca dentro de ti, o mais profundo
possível.
Obedeci
no limite da exaustão, mas enquanto eu recuperava para a próxima
vez, a minha língua não deixou o teu corpo arrefecer, saboreando o
quente gosto do teu prazer. Recomeçamos.
Acabamos
a noite na banheira de hidromassagem do quarto do hotel, com os
nossos corpos colados e exaustos, a falar de todos as histórias que
escrevi no meu blog…
Foto: Lou Cypher (Corbis.com)
Eu posso sentir a paixão e excitação.
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