quinta-feira, 5 de abril de 2018

* Fã do meu blog

Eras fã do meu Blog. Começamos a trocar impressões sobre os meus textos, sobre as minhas histórias e rapidamente tornamo-nos amigos, mais do que amigos, éramos confidentes. 

Criamos uma relação especial, e tornava-se inevitável o desejo de um encontro, para nos conhecermos pessoalmente. Tu vivias longe, muito longe de mim, mas surgiu uma oportunidade de me deslocar à tua região. Era sem dúvida, a oportunidade ideal de conhecer uma admiradora dos meus textos.

Tu escolheste o sítio para o encontro, uma esplanada em frente ao mar, onde gostavas de relaxar da tua agitada vida profissional, e onde gostava de ler e por em ordem os teus pensamentos. Quando cheguei não foi difícil descobrir-te, pois em cima da mesa estava “A Profecia Celestina”, o livro que tu já tinhas me confessado que andavas a ler.

Aproximei-me e dei-me a conhecer. Estava nervoso e também senti a tua voz trémula. Foi o nosso primeiro contacto visual, pois eu não te conhecia, nem nunca tinha visto nenhuma imagem tua. Tu eras melhor do que eu tinha imaginado, e o cheiro do teu perfume era arrebatador.

Ficamos à conversa como se nos conhecêssemos há muito tempo, mas afinal éramos apenas amigos virtuais, e apenas nos conhecíamos há poucos meses. O tempo passou sem darmos conta, e começou a cair a noite. 

Tu sugeriste que fôssemos ver o pôr-do-sol, num sítio mais calmo, mais isolado, que tu adoravas. Fomos no meu carro até ao alto de uma falésia, e foi nessa viagem que efectivamente descobri que quase nada sabia da tua vida. Tu és casada? Tens namorado? Filhos? Não obtive qualquer resposta a este tipo de informações, mas naquele momento isso também não era importante. Ficamos em silêncio a ver o sol a despedir-se de mais um dia. 

Tu num acto impulsivo roubaste-me um beijar. Aquele momento era inevitável desde que nos vimos pela primeira vez… o silêncio reinou…

Devido ao adiantado da hora, convidei-te para jantar, e fomos para o hotel onde eu estava hospedado. Acabamos por não jantar, preferindo alimentarmos os nossos corpos na cama do meu quarto. 

O desejo e a atracção falaram mais alto, e usei o teu corpo para obter prazer da forma mais animal que alguma vez tinha feito. Era exactamente isso que tu também querias, ser devorada, de uma forma intensa e voraz.

Toda a química intelectual que eu tinha sentido por ti, transformou-se em algo carnal. Estávamos a efectivar um desejo que tínhamos construído um pelo outro virtualmente. A minha pele em contacto com a tua, fez-me estremecer. Estávamos a viver uma história para o meu blog em directo.

Tu pediste-me ao ouvido de uma forma sôfrega: “Agora que conheces o meu corpo, conheces o meu cheiro, que já sentiste o meu sabor, quero que escrevas sobre mim. Quero saber como vais descrever o prazer que eu consegui oferecer-te, Será que consegues?”

Prometi-te que ia descrever todos os pormenores do teu corpo, todos os pormenores da tua boca, todo o brilho dos teus olhos e toda a intensidade do teu prazer. Tu não estavas a desiludir-me, muito pelo contrário, estavas a ser muito melhor do que eu alguma vez tinha imaginado. 

O facto de não teres um corpo perfeito, não alterou minimamente o desejo que eu senti ti, e a vontade de deixar escrita uma história de prazer dentro do teu corpo.

Dei-te tudo o que desejavas, com tudo o que tinhas direito. Tu deliciavas-te com cada milímetro que entrava dentro do teu corpo, e pediste-me para deixar a minha marca dentro de ti, o mais profundo possível. 

Obedeci no limite da exaustão, mas enquanto eu recuperava para a próxima vez, a minha língua não deixou o teu corpo arrefecer, saboreando o quente gosto do teu prazer. Recomeçamos.

Acabamos a noite na banheira de hidromassagem do quarto do hotel, com os nossos corpos colados e exaustos, a falar de todos as histórias que escrevi no meu blog…

Foto: Lou Cypher (Corbis.com)

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