terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

* Paixão Virtual

Efectivamente eu ansiava por conhece-la, mas no dia em que a vi, no fundo, apenas esperava receber um simples sorriso. Era o nosso primeiro encontro real. Alguma vez iríamos transformar o nosso desejo virtual em algo real? Ou tudo foi simples imaginação?


Todas as expectativas e pensamentos desapareceram no momento em que os nossos olhares se cruzaram, pois deixamos ambos de ter expectativas e passamos a ter certezas, o nosso olhar era tão intenso que até me arrependi de o ter marcado num local público, pois estávamos a incomodar quem se cruzava connosco, tal era a intensidade do olhar, tão profundo, e dissemos pouco mais do que um simples “olá”. Partimos em direcção à saída daquele pequeno Centro Comercial no centro de Lisboa.

Saímos o mais rápido possível, e eu decidi irmos até a minha casa. No caminho queríamos conversar, mas não conseguíamos manter uma conversa lógica nem interessante, não dizíamos nada de especial, o nosso único pensamento era transformar a intensidade do nosso olhar na comunhão dos nossos corpos sem pensar em mais nada. 

Todas as conversas tórridas que tivemos pelo telemóvel, no messeger e no WhatsApp, tinham-me despertado o interesse por ela, e senti que da parte dela o desejo era igual. Sim, já tínhamos feito sexo virtual diversas vezes e foi óptimo, mas agora queria saber como ia ser na realidade. Queria sentir o verdadeiro sabor do seu corpo.

Eu queria confirmar aqueles gemidos, suspiros, palavrões e queria verificar se todo aquele desejo era efectivo, quando o meu corpo nu, tocasse no dela. Eu queria confirmar a perfeição do seu corpo, que eu vi diversas vezes pela webcam e em fotos que ela me enviava como forma de provocação.

Mudamos o percurso. Decidi levá-la para um motel, numa zona discreta. Eu olhava para ela e só pensava em sexo, sexo e sexo… e acho que ela não queria outra coisa. Eu não estava no meu estado normal, sentia-me extremamente alterado, e com o ritmo cardíaco acelerado. Ela não dizia nada. Tínhamos de consumar rapidamente esta paixão virtual.

Entramos no quarto do motel, tiramos a roupa, e mergulhamos no jacuzzi, e foi dentro daquela água cheia de bolhinhas, que o meu desejo chocou com o dela, ou melhor, que o meu desejo preencheu o dela. Foi tão bom juntar o calor daquela água, ao calor dos nossos dois corpos. 

Assim que entrei por completo dentro dela, ela não queria que eu tirasse nada. Ela queria sentir tudo dentro de si, queria se sentir preenchida, completa e que mulher apertadinha, que me sabia prender, agarrar, fixar dentro do seu corpo. Que deliciosa mulher que eu conheci através da internet.

Deste modo, ela começou a bailar no meu corpo, mexendo-se e abanando-se, não permitindo que eu retirasse nada de dentro de si. Delicioso, pois estava a ser diferente, nunca tinha saboreado uma mulher daquela maneira, mas estava a ser bom. Eu apenas estava arrependido de não a ter conhecido mais cedo. Tanto tempo perdido numa webcam e num telemóvel, quando aquela mulher era um perfeito diamante por lapidar, um vulcão na eminência de explodir.

O prazer dela era consecutivo, e ela dizia:”Nunca tinha conhecido ninguém que me tivesse conseguido realizar desta maneira, não consigo parar, quero que te mantenhas dentro de mim”, o que é certo, é que eu acabei por não resistir, e não consegui aguentar muito mais tempo o ritmo que ela impunha. 

Ela secou-me, e foi nua para a cama descansar e preparar-se para mais. Deitada de barriga para baixo e a olhar para mim, ela disse-me: “vou convencer o meu namorado para tu te juntares a nós, quero realizar esse desejo, essa fantasia… Dois homens em simultâneo é o meu desejo mais secreto”

Namorado? Tu tem namorado? Tu nunca me tinha contado nada…”

São vantagens, ou desvantagens das amizades e do desejo virtual… quase tudo se pode esconder…

Foto: Steve Prezant 

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