Aceitamos o convite com muito gosto, e no dia 31, logo
pela manhã, fizemo-nos à estrada. A Filipa e o Eduardo eram um casal muito
nosso amigo, mas que desde que deixou a capital, nunca mais os tínhamos
visto.
A Filipa era uma mulher jovem, lindíssima, da mesma idade
que eu, e com elevado grau intelectual.
O Eduardo era um homem mais velho, quarenta anos, já com
dois filhos e enfrentava com a Filipa o seu segundo casamento. Naquela noite, o
jantar foi excepcional. O Eduardo adorava esmerar-se nestes momentos.
Festejamos a meia-noite com uma garrafa de Champanhe Moet
Chandon, avistando do envidraçado panorâmico da sala, o fogo-de-artifício no
horizonte. Logo de seguida, o Eduardo fez questão de nos mostrar uma gravação
da passagem de ano, no ano anterior, que viveram em Time Square, em Nova York. Tinha sido a sua lua-de-mel.
Aquelas imagens foram o ponto de partida para o Eduardo
elogiar Filipa. Confessar o desejo do seu corpo, do seu peito, do seu sexo.
Aquela conversa tornou se quente. No sofá onde eles estavam, os corpos deles
começaram a colar-se.
Eu e a Íris ficamos incomodados, com o descontrolo que
estávamos a assistir. Eles dois estavam a comportar-se como se nós ali não
estivéssemos. Retiram a roupa, peça a peça até ficarem nus.
O nosso desconforto transformou-se em concentração.
Ficamos vidrados e excitados, a assistir aquele casal amigo a desejar-se e
amar-se, mesmo à nossa frente. Aquilo era o verdadeiro amor, a apenas três
metros de distância de nós. O Eduardo colocou dentro da Filipa, tudo o que
tinha sobrado na garrafa de champanhe, e sugou toda a bebida de dentro do seu
corpo com calma e prazer…
Aquilo excitou-me. Abracei a Íris e comecei a tirar-lhe a
roupa. Ela correspondeu ao meu desejo. Ficamos os dois de igual modo também sem
roupa. Entrei dentro do seu corpo, imitando o que se estava a passar mesmo à
nossa frente. Eu e a Íris imitamos tudo o que o outro casal fazia. As posições,
os sons, os ritmos, o desejo…
Estava a ser fantástico saborear a mulher que eu mais
desejava na companhia de outras pessoas. Estávamos a viver uma situação que
nunca tinha imaginado. Estávamos os quatro totalmente entregues ao prazer, e eu
secretamente pensei que a situação avançasse para algo entre os quatro.
Enganei-me, e percebi que ele nunca iria partilhar a
Filipa connosco. Senti que ele mal olhou para o corpo nu da Íris, ele só estava
mesmo interessado na sua mulher. E a prova disso, foi o facto de ele ter
marcado o seu território, depositado todo o seu prazer dentro do corpo
dela.
Ela tremeu, mas foi incrivelmente excitante ter assistido
ao vivo, a um prazer duplo, de um casal amigo. Eu senti que a Íris também ficou
fascinada com o momento que tínhamos acabado de viver.
Ela como forma de festejar a entrada no novo ano,
pediu-me em voz alta, que eu imitasse o Eduardo, e que deixasse tudo por
completo dentro do seu corpo, ela queria corresponder os nossos amigos, com uma
situação exactamente igual, a que tínhamos acabado de assistir.
Aquela inesperada noite marcou o inicio daquele ano, que
acabou por ser um ano cheio de sucessos…
Foto ‘corbis.com’
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