Todos
nós temos uma imagem imaginária da pessoa perfeita, do rosto ideal e do corpo
que imaginamos, e eu incrivelmente consegui encontrar essa pessoa, num
concerto, em Lisboa.
Estava
exactamente ao meu lado, pele muito branca, cabelo negro, olhos escuros, peito
pequeno e vestida de preto. Com aquela mulher ao meu lado, eu não consegui
estar concentrado no espectáculo, e estava sempre a olhar para o lado.
Tanto
olhei, que consegui meter conversa com ela. Chamava-se Ana, era mais nova do
que eu três anos, e tinha vindo sozinha do Porto, de comboio, para assistir a
este concerto. Ela tinha uma voz meiga, e um sorriso constante no rosto. Eu
pouco sabia dela, mas eu queria conhece-la. Era discreta na multidão, mas com
um brilho ofuscante para o meu olhar.
No
final do concerto, fiz questão de acompanha-la até à Gare do Oriente, e esperar
pela chegada do comboio. Trocamos número de telefone, e assim que o comboio
arrancou em direcção ao Norte, eu liguei-lhe, e a minha voz fez-lhe companhia
durante toda a viagem.
Eu
estava perdido, enlouquecido, desvairado por ela. Eu estava a sentir o
verdadeiro poder da atracção, e a viver um amor à primeira vista.
Durante
aquela semana, continuamos as nossas conversas, trocamos fotos, como se
fossemos grandes amigos, a afinidade entre os dois era total, e no
fim-de-semana seguinte, eu tinha de estar novamente com ela, e viajei até à
cidade do Porto.
Foi
um fim-de-semana perfeito. Demos o primeiro beijo no topo da Torre dos
Clérigos, vimos o por do Sol no Castelo do Queijo, e passamos uma noite
deliciosa num hotel requintado, na zona da Ribeira. O céu estava lindo, e o
brilho das estrelas adivinhava uma noite de sábado inesquecível...
No
quarto daquele hotel, a Ana revelou-se de uma forma incrível, pois com a sua
lingerie negra que fazia um delicioso contraste com a sua pele muito
branquinha, ela ditou as suas regras, tudo tinha de ser demorado, lento e
incrivelmente intenso.
Para
ela, uma ejaculação era um desperdício de energia, por isso eu tinha de
controlar-me, e tentar adia-la ao máximo. Nós os dois começamos com uma fase de
adoração mutua dos nossos corpos, com toque, carinho, ternura e sedução.
A
primeira vez que entrei no seu corpo, foi de uma forma controlada, não entrando
mais de dois centímetros. Esta sensação de pequena penetração prolongou-se por
vários minutos. Foi difícil controlar, pois eu tinha um forte desejo de meter
tudo dentro de si.
Eu queria
encaixar-me dentro dela. Mas este foi apenas o primeiro passo, pois logo de
seguida iniciamos todas as posições inscritas nos manuais de sexo tântrico.
Ela
sabia perfeitamente o que fazia, mas eu estava louco, e quase sem capacidades
para resistir aquela tortura. Como é que um homem consegue aguentar três horas
de tesão, sedução e erotismo, sem atingir um orgasmo?
O que
é verdade é que aguentei, de uma forma quase impossível, acabando por atingir
um hiperorgasmo, provavelmente o mais forte momento de prazer da minha vida.
Foi incrivelmente intenso e delicioso.
Foi
uma noite sem dormir, porque depois de tudo o que aconteceu, o carinho mútuo
prolongou-se até nascer o sol. A Ana era tudo o que eu queria para mim, tinha
tudo de bom, tudo o que eu sempre sonhei, e proporcionou-me um prazer
inesquecível.
Fiquei
doido, descontrolado e irracional. Pela primeira vez senti-me totalmente
dominado por uma mulher, e eu estava pronto a mudar a minha vida… bastava ela
pedir na sua pronúncia do Norte… eu pela primeira vez estava disposto a fazer
tudo por uma mulher…
Foto: Peter
M. Fishe (Corbis.com)
Um aplauso Para o artigo!
ResponderEliminarEspecial ... Sejamos sempre o motivo do verbo amar [ Poetizando ...]
Beijos e um excelente Domingo