Vivia-se
o espírito do São João na cidade invicta, e foi na multidão que reencontrei uma
estrela especial da minha vida, a Maria. Aquele rosto e o brilho dos seus olhos
castanhos são coisas que a minha memória não esquece. Ela estava incrivelmente
alegre num grupo de amigas. A noite era de festa. Tentei aproximar-me mas não
tive coragem para fazer uma abordagem, eu era mais velho do que ela, e tive
medo da rejeição. Confesso ter sentido borboletas na barriga. Sempre adorei o
seu cabelo escuro, nos seus ombros. Lembro-me perfeitamente dela no meu
passado, com o seu ar adolescente em Portalegre, e agora era uma mulher, mais
apetecível do que nunca.
Os
olhares acabaram por se cruzar, sentimos a atracção mas faltaram as palavras.
Ela tentou evitar aquele reencontro, mas a multidão empurrou-me, e ficamos
frente a frente. Foi inevitável, e quase ficamos esmagados, com os típicos
martelos a bater-nos nas cabeças, mas eu falei: “olá, és a Maria não
és?”…a troca de palavras foi muito breve e foi interrompida pelas amigas
que queriam voltar para casa… a noite já ia longa e o álcool já fazia os seus
efeitos sobre elas…
Ela
desapareceu na multidão. Eu queria voltar a vê-la, queria voltar a falar com
ela, e quando cheguei a casa tentei descobri-la no Facebook. Bingo!!
Encontrei… Convidei-a como amiga, e passei o resto da noite a ver as suas
fotos. Fiquei deliciado. Descobri que ela estava no Porto com um grupo de
amigas na sua despedida de solteira, para desfrutar da cidade. Ela estava
noiva.
Decidi
enviar-lhe uma mensagem privada de parabéns, mensagem que ela respondeu de
imediato. Ficamos online a
trocar mensagens, a conversar e a desvendar as nossas vidas… Acabei por
desvendar-lhe e o meu desejo secreto por si. Trocamos provocações subtis
mútuas. Ousei convidá-la para lanchar em minha casa naquela tarde. Ela aceitou
e sentiu que o meu convite não foi inocente. Ela estava comprometida, mas
secretamente confidenciou o desejo de voltar a viver um momento puro de sexo,
de sentir uma novidade no seu corpo. Sentir uma inesperada adrenalina. Sexo por
sexo.
A sua
estadia no Porto estava por horas, mas antes de regressar a Portalegre existia
um ponto de paragem que se tornou obrigatório, a minha casa, num prédio
recuperado na zona histórica do Porto, lindo e cheio de história. Eu aguardei
ansiosamente a sua chegada e o meu coração quase explodiu quando a Maria tocou
à campainha. Ela surgiu à minha porta, com um vestido negro, onde eram visíveis
as ligas nas suas pernas. Sedutora.
A
porta abriu-se e ela passou a mão no meu rosto, e sentiu a minha barba de dois
dias. Os sorrisos foram tímidos, mas denotavam sedução. Guardei o seu casaco e
a sua mala, e mostrei-lhe a mesa na varanda, preparada para o nosso lanche, com
vista para o Douro. Os scones estavam quentes. A nossa
conversa parecia infinita confessando desejos do passado. Os meus olhos pararam
muitas vezes no anel que ela tinha no dedo. Trocamos um meigo e carinhoso
abraço. Senti-a frágil… e senti o seu coração a bater forte no meu peito.
Ela
estava noiva, mas quis entregar-se. Beijei-lhe o pescoço demoradamente. Ela
derreteu-se. Passado tanto tempo, realizei um desejo antigo ao sentir o
delicioso sabor dos seus lábios. Ela continuava rendida à força masculina dos
meus braços, enquanto as duas línguas se tocavam. Um momento demorado de
partilha difícil de descrever. As minhas mãos tiram-lhe o vestido, comprovando
a sensualidade do seu corpo feminino, numa lingerie negra.
Deliciei-me
com aquela imagem. Acariciei-a, tocando-lhe na sua pele e sentindo o seu
arrepio. Ela queria as minhas mãos no seu corpo. Ela estava rendida, e antes
que a Maria tivesse tempo de pensar ou desistir daquela loucura, eu senti a sua
intimidade, e de uma forma vigorosa entrei dentro do seu corpo. Foi perfeita a
sensação de sentir-me dentro dela. Ela era incrivelmente tenra.
Ela
entregou-se de uma forma indescritível, e eu adoro mulheres que se entreguem
assim… foi explosivo! Nós saciamos um desejo antigo, uma fantasia secreta, que
se transformou num prazer único. Ela apertou-me no seu interior, e eu não
queria sair, preenchendo-a por completo. Permaneci profundamente no seu corpo.
Acho que acabamos por perder a noção do tempo e da loucura, e o nosso prazer não se esgotava. Eu não conseguia sair de dentro dela. Fiquei com inveja do homem que ia casar com ela… Quando ficamos totalmente rendidos e exaustos, decidimos que seria melhor tentar esquecer tudo o que tinha acabado de acontecer, mas certamente esta seria uma promessa impossível de realizar…
Foto: Autor
desconhecido
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