domingo, 17 de junho de 2018

* Tantricamente Perfeito


Todos nós temos uma imagem imaginária da pessoa perfeita, do rosto ideal e do corpo que imaginamos, e eu incrivelmente consegui encontrar essa pessoa, num concerto, em Lisboa.


Estava exactamente ao meu lado, pele muito branca, cabelo negro, olhos escuros, peito pequeno e vestida de preto. Com aquela mulher ao meu lado, eu não consegui estar concentrado no espectáculo, e estava sempre a olhar para o lado.

Tanto olhei, que consegui meter conversa com ela. Chamava-se Ana, era mais nova do que eu três anos, e tinha vindo sozinha do Porto, de comboio, para assistir a este concerto. Ela tinha uma voz meiga, e um sorriso constante no rosto. Eu pouco sabia dela, mas eu queria conhece-la. Era discreta na multidão, mas com um brilho ofuscante para o meu olhar.

No final do concerto, fiz questão de acompanha-la até à Gare do Oriente, e esperar pela chegada do comboio. Trocamos número de telefone, e assim que o comboio arrancou em direcção ao Norte, eu liguei-lhe, e a minha voz fez-lhe companhia durante toda a viagem. 

Eu estava perdido, enlouquecido, desvairado por ela. Eu estava a sentir o verdadeiro poder da atracção, e a viver um amor à primeira vista.

Durante aquela semana, continuamos as nossas conversas, trocamos fotos, como se fossemos grandes amigos, a afinidade entre os dois era total, e no fim-de-semana seguinte, eu tinha de estar novamente com ela, e viajei até à cidade do Porto.

Foi um fim-de-semana perfeito. Demos o primeiro beijo no topo da Torre dos Clérigos, vimos o por do Sol no Castelo do Queijo, e passamos uma noite deliciosa num hotel requintado, na zona da Ribeira. O céu estava lindo, e o brilho das estrelas adivinhava uma noite de sábado inesquecível...

No quarto daquele hotel, a Ana revelou-se de uma forma incrível, pois com a sua lingerie negra que fazia um delicioso contraste com a sua pele muito branquinha, ela ditou as suas regras, tudo tinha de ser demorado, lento e incrivelmente intenso. 

Para ela, uma ejaculação era um desperdício de energia, por isso eu tinha de controlar-me, e tentar adia-la ao máximo. Nós os dois começamos com uma fase de adoração mutua dos nossos corpos, com toque, carinho, ternura e sedução.

A primeira vez que entrei no seu corpo, foi de uma forma controlada, não entrando mais de dois centímetros. Esta sensação de pequena penetração prolongou-se por vários minutos. Foi difícil controlar, pois eu tinha um forte desejo de meter tudo dentro de si. 

Eu queria encaixar-me dentro dela. Mas este foi apenas o primeiro passo, pois logo de seguida iniciamos todas as posições inscritas nos manuais de sexo tântrico.

Ela sabia perfeitamente o que fazia, mas eu estava louco, e quase sem capacidades para resistir aquela tortura. Como é que um homem consegue aguentar três horas de tesão, sedução e erotismo, sem atingir um orgasmo? 

O que é verdade é que aguentei, de uma forma quase impossível, acabando por atingir um hiperorgasmo, provavelmente o mais forte momento de prazer da minha vida. Foi incrivelmente intenso e delicioso.

Foi uma noite sem dormir, porque depois de tudo o que aconteceu, o carinho mútuo prolongou-se até nascer o sol. A Ana era tudo o que eu queria para mim, tinha tudo de bom, tudo o que eu sempre sonhei, e proporcionou-me um prazer inesquecível.

Fiquei doido, descontrolado e irracional. Pela primeira vez senti-me totalmente dominado por uma mulher, e eu estava pronto a mudar a minha vida… bastava ela pedir na sua pronúncia do Norte… eu pela primeira vez estava disposto a fazer tudo por uma mulher…

Foto: Peter M. Fishe (Corbis.com)

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